Polo naval chega à Capital

imagePrefeitura libera licença para instalar unidade de montagem de módulos

Zero Hora 10/09/13

Porto Alegre também entra no mapa da indústria naval. A empresa gaúcha Interbrasil Transportes e Guindastes Intermodais e a Ecovix-Engevix Construções Oceânicas vão instalar uma unidade para montagem de módulos de plataformas de petróleo no porto da Capital.

O investimento, que será de pelo menos R$ 10 milhões, teve ontem a licença de instalação liberada pela prefeitura. O projeto vai se conectar com o polo naval de Rio Grande. A Interbrasil será responsável pela logística da unidade, com a movimentação dos módulos, equipamentos e matérias-primas tanto por hidrovias quanto por rodovias e a Ecovix-Engevix entra com a mão de obra para a montagem dos blocos e o material.

– Com a vinda do polo naval para Porto Alegre, muitas outras empresas também devem vir para o porto da Capital. Vamos movimentar o transporte hidroviário no Estado – diz Eduardo Santiago Irigaray, CEO do Grupo Irigaray, controlador da Interbrasil.

A unidade aguarda agora a licença de operação. Mas a previsão é que comece a produzir ainda no primeiro semestre de 2014. A capacidade instalada será de 500 toneladas de aço por mês, diz Irigaray. A previsão é que, inicialmente, o empreendimento gere cerca de 600 empregos diretos. Quando estiver consolidado, seriam até 3 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos.

 

Governo espera mais projetos ligados à indústria oceânica

A unidade ficará em área de 51,3 mil metros quadrados, no Cais Navegantes, onde será feita a recepção, a armazenagem, a montagem e o embarque dos módulos que serão integrados às plataformas de petróleo produzidas em Rio Grande, no sul do Estado. Para assegurar o empreendimento, foi feito um contrato de cinco anos entre a Interbrasil e a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), autarquia vinculada ao governo gaúcho, aprovado este ano pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A área pertence à União, mas a gestora é a SPH.

Para a autarquia, o contrato renderá ainda R$ 2 milhões por ano, observa o superintendente, Pedro Obelar. Os recursos, que representarão um acréscimo de 25% na arrecadação, poderão ser utilizados para desassoreamento e sinalização das hidrovias do Estado.

O governo gaúcho espera que a Capital receba novos projetos vinculados à indústria oceânica. O próximo empreendimento a aportar à margem do Guaíba seria uma unidade da também gaúcha Metalúrgica Koch, que fabricaria guindastes das plataformas. Neste caso, o investimento estimado é de R$ 90 milhões. Assim, o Estado estaria ganhando um terceiro polo naval, após a consolidação de Rio Grande e a instalação de empresas ao longo do Jacuí, em municípios como Charqueadas, Taquari e Triunfo.

O grupo Ecovix-Engevix é dono de dois estaleiros em Rio Grande. O ERG1 se dedica à produção de cascos de plataformas para a Petrobras e o ERG2, ainda em construção, será voltado à fabricação de sondas de perfuração em águas ultraprofundas, para explorar a camada pré-sal.

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CAIO CIGANA

 

imprensa

Autorizada instalação de estaleiro em Porto Alegre

Jornal do Comércio 10/09/13

 Jefferson Klein

A licença de instalação para a construção de uma unidade de produção de módulos de plataformas de petróleo na Capital gaúcha foi liberada na tarde de ontem pela prefeitura de Porto Alegre. O empreendimento é uma parceria entre a Ecovix-Engevix Construções Oceânicas (empresa que já conta com operações no polo naval de Rio Grande) e o Grupo Irigaray. A perspectiva é de que a iniciativa gere cerca de 3 mil empregos diretos e indiretos.

O Jornal do Comércio antecipou em janeiro a intenção das duas companhias e o fato de que os grupos esperavam apenas as liberações governamentais para desenvolver o complexo. O estaleiro ficará localizado no Cais Navegantes, entre a Cesa e o local no qual se encontravam as carcaças de navios paraguaios (próximo à região da rodoviária). O total da área do empreendimento abrange cerca de 51,5 mil metros quadrados. O projeto prevê a recepção, armazenagem, montagem, consolidação e embarque de estruturas metálicas e componentes vinculados à construção naval. 

O CEO do Grupo Irigaray, Eduardo Irigaray, considera a iniciativa como histórica para a Capital. O executivo adianta que agora, com a licença em mãos, as obras serão retomadas, e a operação de montagem dos módulos poderá começar antes do final do primeiro semestre de 2014. Os módulos serão trabalhados na Capital e depois poderão seguir para o polo naval de Rio Grande para serem acoplados nos cascos de plataformas.

Os módulos serão transportados para a Metade Sul pela hidrovia, através de barcaças. Irigaray afirma que, hoje, não há uma estimativa sobre quanto será o investimento final no complexo. Até junho deste ano, foram investidos cerca de R$ 2 milhões apenas na preparação da área.

“Além da geração de empregos, a chegada deste empreendimento irá garantir um incremento de 25% na receita da SPH (Superintendência de Portos e Hidrovias)”, comemora o superintendente da autarquia, Pedro Obelar. Serão destinados cerca de R$ 2 milhões em receita ao ano para a SPH, devido ao aproveitamento do espaço. 

Conforme informações da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), a licença estabelece condicionantes e restrições, como a colocação de placa no local informando sobre a licença da Smam para obra, juntamente com as responsabilidades técnicas. Dentre outras obrigações, deverão ser postos sistemas de controle de emissões atmosféricas oriundas dos processos de corte e solda e apresentação de projeto detalhado de caixa separadora de óleo e lama, segundo o Decreto Municipal 9.750/90. O empreendedor deverá, ainda, elaborar projeto de tratamento acústico nos espaços fechados, de forma a minimizar sons excessivos, além de separar os resíduos, sendo vedada a queima a céu aberto. Terá, também, de implementar na íntegra o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos.

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