Mapa do emprego: Celulose Riograndense

Começou a corrida pelos 8,4 mil empregos oferecidos pela Celulose Riograndense, mas poderá haver dificuldade em contratar a mão de obra necessária para a ampliação do parque industrial de Guaíba.

Painel Florestal 18/01/13

Há falta principalmente de trabalhadores na construção civil, que deve responder por 6 mil das vagas abertas.

Na tarde desta quinta-feira, o presidente da Celulose Riograndense, Walter Lídio Nunes, reuniu-se com prefeitos da região, na sede da fábrica. Foi acertado que 23 municípios, numa área de 60 quilômetros a partir de Guaíba, irão se mobilizar para preencher os empregos. Walter Lídio ressaltou que pode contratar até o limite de 80% com mão de obra local. O restante, como são técnicos raros, virá de outros Estados e até do Exterior.

Em 6 de dezembro, a Celulose Riograndense anunciou o maior investimento privado da história do Estado: R$ 4,9 bilhões para quadruplicar a capacidade da fábrica, que passará a produzir 1,75 milhão de toneladas por ano, a partir de 2015. No momento, procuram-se trabalhadores qualificados – um dos obstáculos ao desenvolvimento gaúcho, que vem importando mão de obra para tocar grandes empreendimentos.

Na reunião com prefeitos, quinta-feira, a consultoria M. Stortti apresentou um balanço do potencial da mão de obra na região. Foram pesquisados 23 municípios, ao redor de Guaíba. O diretor da empresa, Maurênio Stortti, disse que o plano é contratar moradores próximos. Trabalhariam na fábrica e voltariam para suas cidades à noite.

– Será uma forma de distribuir riqueza entre os municípios – destacou Stortti.

O diretor afirmou que há pessoas disponíveis, nos 23 municípios, para as vagas. No entanto, admitiu que boa parte precisa de treinamento. O maior entrave deve ser na construção civil, apesar do desemprego no setor. Na parte de eletromecânica, a desocupação é baixa, mas podem faltar interessados.

O levantamento revela curiosidades e tendências. Por exemplo, mulheres estão se interessando pela construção civil e desejam receber qualificação. Mas há outras pessoas hesitantes: não desejam perder benefícios do governo, como o bolsa-família, em troca de um emprego que pode ser temporário.

O secretário estadual do Trabalho e do Desenvolvimento Social, Luís Augusto Lara, anunciou a oferta de 26 mil vagas, em cursos de treinamento, para os moradores dos 23 municípios. Cerca de 40% delas serão direcionadas para a Celulose Riograndense.

Uma das dificuldades para encontrar mão de obra pode ser aferida pelo resultado das inscrições em vários cursos oferecidos na área da construção civil, na região de Guaíba. Do total de 1,5 mil vagas disponibilizadas, apenas 550 foram preenchidas. Aguardam-se candidatos.

O exemplo foi citado pelo diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), José Zortéa, ressaltando que os cursos abrangem municípios nas imediações de Guaíba. Zortéa disse que a entidade tem conseguido atender aos pedidos das empresas, mas esbarra quando a necessidade é de trabalhadores da construção civil.

– Há falta de pessoas que queiram aprender essa profissão – observou o diretor regional do Senai.

O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio Grande do Sul (Sinduscon) confirma a carência de mão de obra no setor. O vice-presidente da entidade, José Paulo

Celulose Riograndense deve aplicar 65% dos R$ 4,9 bilhões investidos na expansão de Guaíba neste ano

Grings, afirmou que as empresas proporcionam cursos de qualificação para jovens aprendizes, com bolsa, alimentação e serviço médico, mas não encontram interessados em número suficiente.

– É um candidato imediatista, quer fazer logo e começar, às vezes não entende que, antes, é preciso fechar uma turma – informou.

Grings alertou para apertos ainda maiores nos próximos meses, em razão das obras da Copa do Mundo, da Celulose Riograndense, do estaleiro de São José do Norte e de outros empreendimentos. Lembrou que o setor enfrenta dificuldades de mão de obra desde 2008, obtendo um alívio passageiro em 2011.

 

Em busca de pessoal

Quais os municípios considerados com potencial de mão de obra para participar da ampliação em Guaíba:

1 Minas do Leão

2 São Jerônimo

3 Butiá

4 Arroio dos Ratos

5 Eldorado do Sul

6 Charqueadas

7 Guaíba

8 Barra do Ribeiro

9 Tapes

10 Porto Alegre

11 Viamão

12 Alvorada

13 Cachoeirinha

14 Esteio

15 Canoas

16 Nova Santa Rita

17 Gravataí

18 Sapucaia do Sul

19 São Leopoldo

20 Novo Hamburgo

21 Campo Bom

22 Estância Velha

23 Ivoti

 

A consultoria M. Stortti elaborou o potencial de pessoal na região da Celulose Riograndense. Confira dados e curiosidades sobre a pesquisa que engloba municípios situados na área de 60 quilômetros a partir de Guaíba:

A maioria dos municípios quer contribuir com mão de obra. A novidade é o interesse das mulheres pela construção civil. Butiá pode oferecer os 300 trabalhadores que já estão na Arena do Grêmio. A maioria dos municípios tem pouco conhecimento sobre o projeto de ampliação da Celulose Riograndense.

 

Trabalhadores já empregados nos municípios pesquisados:

187,9 mil na construção civil.

32 mil na eletromecânica.

 

Desempregados nos municípios pesquisados:

92,9 mil na construção civil.

218,7 mil em outros setores ou por decisão própria.

 

O que motivaria trabalhar na Celulose Riograndense: Busca por melhores salários e benefícios.

 

Onde se informar sobre as 8,4 mil vagas oferecidas pela Celulose Riograndense:

Nas secretarias de assistência social dos municípios da região de Guaíba. Nos postos do Sistema Nacional de Emprego (Sine), se estiver estruturado.

 

Perfil do trabalhador na construção civil:

Casado, entre 19 e 39 anos, baixa escolaridade.

 

Perfil do trabalhador em eletromecânica:

Solteiro, entre 19 e 32 anos, com Ensino Médio completo.

 

 

Aline Wolff da Fontoura
Jornalista | Assessora de Imprensa – MTB/RS 12.406 | 51 3023.5993 | [email protected] www.twitter.com/whcom
Parceria Público-Privada para a educação 

Celulose Riograndense chama municípios para a capacitação e recrutamento de sete mil profissionais à nova planta da fábrica

A Celulose Riograndense elegeu o município de Guaíba para receber R$ 8,6 bilhões de seus acionistas. Em até dois anos, a linha 2 da fábrica de celulose inicia as suas operações recrutando profissionais da construção civil, metal-mecânica, elétrica, instrumentação e automação e outras para preencher mais de oito mil postos de trabalho. Para tanto, conta com o apoio de sindicatos e órgãos públicos para desenvolver o programa de capacitação e recrutamento batizado de Projeto Guaíba 2, que na tarde desta quinta-feira (17) foi exposto a prefeitos, entidades representativas do trabalho e secretários do Estado.

“Queremos, no término desse projeto, uma balança social extremamente positiva, e quero o apoio de vocês”, disse o diretor-presidente da Walter Lídio Nunes, ao público presente. O evento incluiu a apresentação do fluxo de produtividade da empresa, as intenções e objetivos com a nova planta, bem como o “mapa do emprego” que revelou o potencial de 23 municípios localizados em um raio de 65km ou 70min distantes de Guaíba para a captação de mão de obra qualificada às operações da Celulose Riograndense.

A todos os representantes da sociedade que estavam no evento, a Celulose Riograndense encomendou do grupo M.Stortti um estudo que mapeou a capacidade dessa captação de mão de obras e as peculiaridades de cada uma das 23 cidades envolvidas no sucesso do projeto. Na apresentação, o diretor da M.Stortti, Maurenio Stortti, revelou potencial de aproveitamento de profissionais locais. Ainda, apresentou um plano de ação que facilitará o ingresso de candidatos aos cursos de qualificação que encaminharão os seus estudantes às vagas disponíveis.

 

Participação dos municípios

Para fechar a conta, cada prefeitura que participará do Guaíba 2 deverá fomentar o emprego a cerca de 350 profissionais. Para tanto, disponibilizarão as suas agências, sindicatos e secretarias para proceder com as inscrições aos cursos de capacitação. Em até três meses de estudos, o candidato selecionado será dirigido à vaga de emprego com uma média salarial de R$ 2mil. “Valor esse que retorna ao município. O emprego é em Guaíba, mas o trabalhador gasta aonde reside, quando chega em casa”, observou Maurenio Stortti. A estimativa é de que R$ 7,5 milhões sejam injetados anualmente na economia do município participante.

 

Expansão da Celulose Riograndense

As operações da Celulose Riograndense iniciarão a partir de janeiro de 2015. O incremento na indústria será de 120 mil há de plantio de eucalipto, presença em mais de 40 municípios gaúchos, sete mil empregos diretos e 21 mil indiretos.